Em quatro anos de operação do S11D, recursos favorecem obras na cidade. Município criou fundo de desenvolvimento e o ex-canteiro do projeto abrigará primeira faculdade pública...
A arrecadação de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, é hoje 34 vezes maior do que quatro anos atrás. O motivo está na ampliação dos royalties com a entrada do Complexo S11D (Serra Sul Carajás), unidade de mineração de ferro da Vale, em operação desde 2016. Os recursos favorecem a realização de obras na cidade. O município criou ainda uma lei pioneira que destina 5% da CFEM para um Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável. Além disso, o antigo canteiro do projeto S11D doado para a Prefeitura abrigará a primeira faculdade pública e um Distrito Industrial.
No ano de inauguração do Complexo, Canaã recolhia R$ 18,7 milhões de Contribuição Financeira pela Exploração Minerária (Cfem) oriundos da operação da unidade de cobre na mina do Sossego, também operada pela Vale no município. Com o incremento da atividade minerária do ferro, a arrecadação municipal deu um salto. Agora em 2020 (dados até novembro), o município arrecadou R$ 643 milhões.
De acordo com o secretário de Planejamento da Prefeitura de Canaã, Gean Meirey dos Santos, os recursos têm sido aplicados para desenvolver a cidade, para além da mineração.
“O objetivo é não repetir erros do passado e atuar para que a cidade se torne sustentável, forte em outros setores paralelos a atividade mineradora, hoje principal fonte de arrecadação da cidade”,diz Gean.
Entre outras obras estão a Etapa da Transcarajás, o terminal rodoviário e nova avenida Weyne Cavalcante.
”O município, nos últimos anos, tem aplicado os recursos da mineração para fazer toda a infraestrutura da cidade, bem como para a diversificação da matriz econômica como é o caso do Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável e a implantação do polo universitário”.
Do ramo de movelaria, o proprietário da Samavi, Josinaldo Pereira diz que o Fundo de Desenvolvimento beneficia a manutenção de empreendimentos na cidade. Com os recursos, foi possível aumentar a compra de matéria-prima do fornecedor para a fábrica, com maior facilidade de pagamento.
“A criação do Fundo foi muito boa, facilita para o empreendedor em termo de financiamento e prazo de pagamento”,diz o empresário.
O Fundo Municipal concentra 5% de todos os royalties da mineração para o fomento de negócios.
Universidade
O antigo canteiro do projeto minerário S11D doado pela Vale para a Prefeitura de Canaã em 2017 foi transformado em Polo Industrial e Educacional e já está com 85% de sua capacidade ocupada segundo a secretaria de Desenvolvimento Econômico. No local, passará a funcionar a primeira faculdade pública do município, já em construção com recursos oriundos do Fundo e novas empresas atraídas para a região.
Uma das primeiras a se instalar no Distrito foi a empresa de reciclagem de resíduos, a CarajásFlex. A opção pelo Distrito foi motivada pela infraestrutura oferecida.
“O Distrito tem uma estrutura invejável, uma estrutura para um polo industrial de cidade grande, com água, energia, sistema de incêndio, portaria e a manutenção do padrão com segurança 24 horas. E a tendência é só melhorar”,afirma o proprietário da CarajásFlex, Daniel Peres.
Com a geração de 20 empregos diretos, a empresa reaproveita o resíduo plástico e transforma em mangueiras usadas na construção civil, sistemas de irrigação e na mineração.
“Quero tirar milhões de toneladas de material que iria parar nos aterros e lixões da nossa Amazônia e reciclar e no futuro, vamos estar poupando os recursos do nosso planeta”,revela o empresário.
Fonte: Portal Canaã
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