Moeda norte-americana fechou última sessão em alta de 1,25%, a R$ 5,6825, maior patamar para encerramento desde 20 de maio (R$ 5,6902)...
O dólar disparava contra o real na manhã desta quarta-feira (28), com os investidores buscando segurança com a forte disseminação da covid-19 em grandes economias e à aproximação da eleição norte-americana, enquanto o cenário local refletia expectativa para a reunião de decisão de juros do Copom.
Às 9h09, o dólar avançava 0,99%, a R$ 5,7385 na venda, enquanto o dólar futuro negociado na B3 subia 0,50%, a R$ 5,7355.
Depois que o BC vendeu mais de 1 bilhão de dólares em moeda à vista, às 10h49 o dólar avançava 0,65%, a R$ 5,7194 na venda.
Mais cedo, na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a R$ 5,7933, seu maior valor desde 18 de maio, data em que chegou a superar a marca de R$ 5,80.
Esta quarta-feira era marcada por uma onda de cautela nos mercados internacionais, com o dólar subindo cerca de 0,5% contra uma cesta de moedas fortes, enquanto todos os principais pares do real operavam em queda.
Segundo nota do time econômico da Guide Investimentos, colaborando para a venda de ativos mais arriscados,
"a agressiva segunda onda de coronavírus na Europa e a piora do quadro nos EUA adicionam forte incerteza a um ambiente que já conta com forte volatilidade em função da proximidade das eleições presidenciais nos Estados Unidos."
Entre os investidores, o principal temor diante de uma segunda onda da doença é a reimposição de lockdowns nas principais economias, que poderia minar uma frágil recuperação global diante do tombo causado pela pandemia. A França e a Alemanha, duas gigantes europeias, já consideravam a adoção de novas restrições à atividade.
Nos Estados Unidos, o cenário continuava nebuloso antes das acirradas eleições presidenciais, disputadas pelo atual presidente, Donald Trump, e seu adversário democrata, Joe Biden, enquanto a Casa Branca e o Congresso norte-americano continuam sem um acordo para mais medidas de auxílio fiscal, consideradas essenciais para a recuperação do emprego e da atividade empresarial nos Estados Unidos.
Por aqui, o foco dos investidores brasileiros recaía sobre a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que será concluída nesta quarta-feira, após o fechamento dos mercados domésticos. A expectativa é de que o Copom mantenha a taxa Selic em sua mínima histórica de 2%.
O patamar extremamente baixo da taxa básica de juros tem sido apontado como um dos principais fatores para a desvalorização do real no ano de 2020, uma vez que afeta a rentabilidade de ativos locais atrelados à Selic. Um cenário fiscal e econômico incerto tem aprofundado ainda mais as preocupações domésticas.
"Percebemos que o Brasil saiu do radar do exterior já há algum tempo. Não temos juros, não temos perspectiva de crescimento de médio prazo factível",disse à Reuters Italo Abucater, gerente de câmbio da Tullett Prebon.
"A 'cereja do bolo' é o Copom, com sinais de que não haverá aumento de juros tão cedo."
Além da intervenção extraordinária com moeda spot, o Banco Central anunciou para este pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021.
Segundo Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, o BC tem apresentado estratégias pouco eficientes de intervenção no mercado de câmbio, evitando adoção de medidas como a venda de novos swaps para evitar passar uma imagem de preocupação com o cenário.
Em relação ao leilão à vista deste pregão, Nehme opinou que
"é só uma sinalização de que o BC está atento. Você só age com o mercado a vista quando há um fluxo muito negativo."
Na véspera, o dólar spot teve alta de 1,25%, a R$ 5,6825, seu maior patamar para encerramento desde 20 de maio (R$ 5,6902).
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Fonte: R7 Economia
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