É hora de negociar aluguel, conta de telefone, TV a cabo e outros gastos? Momento exige cautela e redução de custos, segundo especialistas, mesmo para quem não teve renda afetada com a crise. Reserva financeira é essencial.
Com a pandemia do coronavírus, muitas pessoas viram seus salários reduzidos ou perderam o emprego. Até mesmo quem ainda não teve os rendimentos afetados com a crise, está mais atento com os gastos.
O momento exige cautela e, para muitas pessoas, pode ser o início do uso consciente do dinheiro e a oportunidade para se criar uma reserva.
“Muitas pessoas viram a importância de ter uma reserva financeira. Talvez sua renda não foi afetada, mas se não tem dinheiro guardado, aproveite para reavaliar serviços contratados e poupar.” segundo a educadora financeira Teresa Tayra.
TV a cabo, telefone etc
Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), acredita que o momento é propício para renegociar porque as empresas sabem que muitos estão sendo afetados com a queda da sua renda, contratos suspensos ou estão proibidos de trabalhar.
“Neste cenário, as pessoas têm duas possibilidades: cancelar os serviços ou renegociar. As empresas estão muito receptivas para negociar porque sabem que vão perder clientes por causa da pandemia”, frisa Oliveira.
Tanto Teresa quanto Oliveira sugerem que o consumidor faça uma avaliação criteriosa do seu orçamento e se pergunte: é o caso de suspender esses serviços ou é possível mantê-los com valores menores sem comprometer as finanças?
“Uma negociação para obter a redução de valores ou diluição da mensalidade atual nas próximas faturas pode ser suficiente em alguns casos. Em outros, talvez o corte do serviço seja necessário para garantir os itens de maior prioridade: moradia e alimentação. Cada situação merece uma análise”, orienta Teresa.
Aluguel
Quando o assunto é o pagamento do aluguel, Teresa recomenda que a melhor saída é ser transparente com o proprietário.
“Uma negociação nesse período ajuda ambas as partes. O locatário a preservar sua moradia, e o locador a evita a vacância em um período de muita incerteza.”
Oliveira ainda destaca que i locador tem interesse em manter o inquilino no imóvel neste momento.
"Ele sabe que com o imóvel vazio terá de pagar condomínio e IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] e que não será fácil alugá-lo neste período."
Outro educador financeiro. Weldes Campos, fala que independentemente de o consumidor ter sua renda reduzida, o momento é favorável para uma negociação.
“Moro de aluguel por opção e o valor ultrapassa 5 dígitos. Mesmo podendo pagar, eu negociei com o corretor e terei desconto de 10% nos próximos seis meses." Weldes Campos
Para ele, vale pedir desconto ou isenção neste momento porque o credor prefere perder um pouco e receber menos do ficar sem nada.
Consumidor deve iniciar negociação
Oliveira acredita que a grande dica do momento é falar com o dono do imóvel, empresas de tv a cabo, telefonia e outros fornecedores.
“Eles só darão desconto para quem pedir. Se ficar quieto, eles vão entender que não precisam de redução nos valores. Por isso é importante você se manifestar.” Miguel Ribeiro de Oliveira
Campos também orienta o consumidor a trocar uma dívida com juros maior por menor, além de repensar a sua vida financeira.
“Se você tem o costume de usar o rotativo do cartão de crédito, o limite do cheque especial ou crédito pessoal, tente renegociar por uma linha de crédito consignado, que oferece juros menores. Busque alternativas.”
Fonte: Notícias r7
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